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Transforma, transformando vidas
Em seu segundo ano de atividade, o projeto Transforma, abrigado pela Escola Judicial de Pernambuco (Esmape), conseguiu aprovar 50% dos seus alunos no Sistema de Seleção Unificada (Sisu). O projeto reúne voluntários para dar aulas a estudantes que tentam vaga no ensino superior. Dez dos vinte alunos concluintes conseguiram aprovação, três deles entre os mais bem colocados nas categorias de cota em que concorreram.
O estudante João Vitor Oliveira, estudante do colégio Ageu Magalhães, ficou em primeiro lugar no curso de Publicidade da UFPE na cota de estudantes autodeclarados pretos ou pardos vindos de escolas públicas. A estudante Camila Santos da Silva, também do Ageu Magalhães, foi a primeira colocada em Economia pela Universidade Federal Rural de Pernambuco nesta mesma categoria. A estudante Karina Peixoto Costa, mais uma do Ageu Magalhães, ficou em segundo lugar em Engenharia de Produção da UFPE na cota de estudantes autodeclarados com renda bruta familiar inferior a um salário-mínimo e meio.
A Esmape, que tem como diretor-geral o desembargador Francisco Bandeira de Mello, participou fornecendo as estruturas físicas necessárias às aulas presenciais, realizadas aos sábados pela manhã. De acordo com os coordenadores do Transforma, a servidora da Justiça de Pernambuco Tatiane Guedes e o servidor público estadual Gastão Cerquinha, isso foi fundamental para o estímulo aos alunos. As aulas presenciais foram dadas no ambiente do Instituto de Inovações Aplicadas (Ideias), tido como um laboratório de referência no Brasil, inclusive pelas suas instalações, que estimulam aulas em formatos diferenciados. O projeto ofereceu também aulas virtuais durante a semana.
O voluntariado reuniu-se para além das aulas. Forneceu transporte, alimentação, material escolar, apoio psicológico e acolhimento humanizado e individualizado. Algo, de acordo com os coordenadores, imprescindível: “Esses estudantes vêm de situações diversas, alguns pressionados por pais a dedicarem-se mais ao trabalho e menos aos estudos, por questões de sobrevivência”, diz a coordenadora.
Os coordenadores também atuaram como professores. Além deles, George Nascimento, servidor do TJPE; a advogada Isabel Ulisses; Camila Feitosa bacharel em Direito, e o estudante de Tecnologia da Informação João Vitor Régis. Outros atuaram na retaguarda, a exemplo da servidora da Justiça Estadual Maria Monteiro que, todos os sábados, cuidava da infraestrutura fora de sala de aula, organizando lanches, por exemplo.
Ainda o supervisor da Escola, juiz Sílvio Romero Beltrão, que se integrou aos esforços presenciais de incentivo. Nesta terça-feira os alunos comemoraram na Esmape. Em suas palavras de estímulo, Romero Beltrão garantiu: “Vocês superaram grandes desafios, e agora entram em situação de igualdade com todos os outros alunos. Então, acreditem que vocês podem transformar as suas vidas e as vidas dos seus familiares. É só acreditar, vocês são capazes“. Juntos, esses voluntários mudaram destinos não só de pessoas, mas de famílias inteiras que puderam ver como um compromisso de cidadania pode fazer a diferença.
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Foto: Alexandre Aroeira/Folha de Pernambuco